Popularização do Slow Fashion: brechós no DF 

Além de roupas e sapatos, também é possível comprar malas e almofadas

Por Rebeca Kemilly

Nos últimos meses, jovens do Distrito Federal passaram a frequentar mais os brechós e bazares. Houve um crescimento de 48,5% na abertura de brechós desde o início de 2020, segundo uma pesquisa feita pelo Sebrae. O consumo da moda de forma mais sustentável ganhou força após uma onda de informações e conscientização sobre essa dinâmica. Questões relacionadas à sustentabilidade da indústria da moda começou a se tornar um assunto presente e muito discutido e, com isso, os termos Slow Fashion e Fast Fashion começaram a ser usados e explicados.

Cliente olhando  roupas em um brechó de Arniqueiras 

O Slow Fashion (“moda devagar”, em tradução livre) é um movimento de moda sustentável que consiste em valorizar os recursos locais e evitar desperdícios. O pensamento vai contra o Fast Fashion ( “moda rápida”) que, além de usar uma mão de obra extremamente barata, acaba produzindo roupas de menor qualidade devido à demanda.

Uma das grandes alternativas para quem quer aderir ao Slow Fashion são os brechós, lugares que vendem roupas usadas, ou seja, evitam o descarte de roupas em bom estado. No Brasil, o Fast Fashion é representado principalmente pelas lojas de departamento, que atendem a um grande público e possuem fornecedores ao redor do mundo. Por ser mais rápida, a produção em série gera bastante lixo, gasta recursos e as peças duram menos tempo. 

Brechós físicos sempre existiram, mas com os crescentes questionamentos à prática do Fast Fashion, mais pessoas estão optando por frequentar ou até abrir uma dessas lojas de forma online e de acordo com dados da Fiesp (Federação das indústrias do estado de São Paulo) esse mercado terá um crescimento de aproximadamente 3% esse ano (2021). A região administrativa de Arniqueiras, no Distrito Federal, é comum achar tais comércios, que muitas vezes vendem não só roupas usadas, como também móveis e brinquedos antigos.

Maria Helena Almeida, que trabalha em um brechó da cidade, relatou como a dona da loja resolveu transformar seu antigo salão de beleza em um lugar que vende roupas usadas. Ela afirmou que é mais prático e demanda menos pessoas trabalhando. A vendedora disse não saber do que se trata o movimento de Slow Fashion, mas explicou que o seu público é bastante variado, com pessoas de todas as idades. Também contou que as roupas vêm de doações ou de pessoas que ficam com 50% do valor da venda.

Promoções de brechós 

Já a Ana Gilgal, dona de um brechó virtual no Instagram, contou sobre como o movimento da “moda devagar” a influenciou a consumir de maneira mais consciente e também a abrir seu comércio online, no qual também fala bastante sobre o assunto. Seu público é predominantemente jovem e as roupas são garimpadas (procura de peças com boa qualidade e em bom estado em brechós físicos) ou doadas por amigos e família.

“Acho importante essa conscientização que está acontecendo entre os jovens, talvez no futuro a indústria da moda seja mais limpa”, comenta Ana.

A Variedade de produtos em brechós: além de roupas e sapatos, malas e almofadas.

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