Retorno precoce das atividades presenciais nas escolas públicas do DF causa insegurança

Secretaria de Educação adiantou a retomada das atividades visando melhor desenvolvimento dos alunos.

Por João Pedro de Toledo Nunes e Gabriel Fontoura de Borges 

O governador Ibaneis Rocha (MDB) decretou no último dia três de novembro, o retorno das atividades 100% presenciais nas escolas públicas do Distrito Federal. Esse retorno representa também o fim do sistema híbrido que vinha sendo adotado anteriormente, onde as atividades são realizadas parcialmente na escola e parcialmente em casa.

A decisão não agradou grande parcela da população, principalmente professores e pais dos alunos, que acabam ficando mais expostos ao vírus. As escolas por sua vez, por mais que realizem todos os protocolos de segurança e distanciamento social, sentem  falta de apoio do governo, em termos estruturais, já que o fornecimento de máscaras de pano não é o suficiente para ter um ambiente completamente adequado.

Segundo Adriana dos Santos Rocha, vice-diretora da Escola Classe Alto Interlagos, no altiplano leste, a instituição tem feito todos os esforços possíveis para tornar o ambiente o mais seguro para todos, não só com os protocolos, mas também realizando campanhas com o apoio dos pais, para que eles também tenham cuidado com a questão de segurança fora da escola. Essas ações vêm demonstrando resultados positivos, uma vez que, na opinião da vice-diretora, a situação estaria bem pior caso não tomassem tais atitudes. 

Foto: Reprodução/ Agência Brasília

Adriana destacou também que achou o retorno presencial inapropriado neste momento, uma vez que falta menos de um mês para o encerramento do ano letivo, e que as escolas, que já estavam adaptadas ao sistema híbrido de ensino, tiveram que refazer seu planejamento para o final de ano,  tanto na questão das atividades, como na questão do transporte escolar,  que não estava comportando todos os alunos que necessitam do mesmo, até que conseguiram mais ônibus para suprir essa necessidade.

A  vice-diretora comentou algumas medidas que ela acha que seriam interessantes para melhorar o sistema presencial, dentre elas, um apoio maior do governo e das secretarias, assim como uma reformulação na programação da escola, uma vez que é muito corrida, e acaba gerando um espaço de tempo muito pequeno para a higienização dos ambientes escolares. Essa falta de tempo acarreta em improviso de algumas atividades, que são realizadas em quadras e espaços abertos.

Mesmo em meio a tantas dificuldades, as escolas públicas do Distrito Federal estão fazendo o que podem para tornar o retorno dos alunos o melhor possível. Porém, todas as adversidades que elas enfrentam apenas evidenciam a falta de investimento na área da educação por parte do governo. Por outro lado, também demonstra tamanha competência de profissionais da educação em um momento tão delicado. 

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